Aspectos físicos do Brasil e meio ambiente no Brasil (grandes domínios de clima, vegetação, relevo e hidrografia; ecossistemas) Parte 8
Hidrografia Parte 2
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Região Hidrográfica Atlântico Sul
A Região Hidrográfica Atlântico Sul ocupa 2,2% do território nacional e abrange parte dos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Destaca-se por abrigar um expressivo contingente populacional, pelo desenvolvimento econômico e por sua importância turística. Possui densidade demográfica cerca de 3 vezes maior que a média brasileira.
Principais temas para a gestão das águas na Região Hidrográfica Atlântico Sul: qualidade de água, cheias e irrigação. Fonte: IBGE
Principais bacias que a compõe:
Bacia do Guaíba, Bacia do Jacuí, Bacia do Gravataí, Bacia do Taquari-Antas, Bacia do Itajaí-Açu, Bacia do Tijucas, Bacia do Vacacaí, Bacia do Rio Sinos, Bacia do Rio Pardo e Bacia do Rio Caí.
Região Hidrográfica Paraguai
A Região Hidrográfica Paraguai ocupa 4,3% do território brasileiro, abrangendo parte dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o que inclui a maior parte do Pantanal-matogrossense, a maior área úmida contínua do planeta. A densidade demográfica da região é cerca de 3,5 vezes menor que a média nacional.
Principais temas para a gestão das águas na RH Paraguai: erosão, assoreamento, navegação, hidroeletricidade e poluição hídrica. Fonte: IBGE.
A Bacia do Paraguai é composta por vários rios e os principais são Paraguai, Paraná, Cuiabá, Jaurú, Taquari, São Lourenço, Miranda, Mandavirá, Confuso, Apa.
A Bacia do Paraguai é uma das três bacias que compõem a Bacia Platina, com a Bacia do Uruguai e a Bacia do Paraná. A Bacia Platina é uma das maiores bacias hidrográficas do mundo e produz a maior parte da energia consumida no Brasil.
Região Hidrográfica do Paraná
A Região Hidrográfica do Paraná ocupa 10% do território brasileiro, abrangendo sete estados: São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal. É a região mais populosa e de maior desenvolvimento econômico do país. Por isso, possui as maiores demandas por recursos hídricos, tendo como destaque o uso industrial. É também a região com maior área irrigada e maior aproveitamento do potencial hidráulico disponível.
Principais temas para a gestão das águas na RH do Paraná: abastecimento urbano, qualidade da água, conflitos pelos usos da água, vulnerabilidade a inundações. Fonte: IBGE
Principais bacias que a compõe:
Bacia do Paraná, Bacia do Iguaçu, Bacia do Paranapanema, Bacia do Tibagi, Bacia do Ivaí, Bacia do Piquiri, Bacia do Ribeira, Bacia do Cinza e Bacia Litorânea.
Onde se localiza a Usina de Itaipu.
Região Hidrográfica Parnaíba
A Região Hidrográfica Parnaíba ocupa 3,9% do território brasileiro, abrangendo três estados: Ceará, Piauí e Maranhão. Em grande parte localizada no semiárido brasileiro, caracteriza-se pela intermitência das chuvas, com precipitação média anual muito abaixo da média nacional. O principal uso da água na região é a irrigação.
Principais temas para a gestão das águas na RH Parnaíba: eventos críticos de seca, abastecimento urbano, irrigação, usos múltiplos. Fonte: IBGE
Região Hidrográfica São Francisco
A Região Hidrográfica São Francisco ocupa 7,5% do território brasileiro, abrangendo sete estados: Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e Distrito Federal. A precipitação média anual na RH São Francisco é muito abaixo da média nacional, apresentando frequentes situações de escassez de água. Entretanto, a RH tem importante papel na geração de energia para a região nordeste do país.
Principais temas para a gestão das águas na Região: eventos críticos de seca, abastecimento urbano, qualidade da água, irrigação, potencial hidroenergético e navegação. Fonte: IBGE
A Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco abrange os seguintes rios:
Rio das Velhas, Rio Abaeté, Rio Indaiá, Rio Correntes, Rio Jequitaí, Rio Jequitibá, Rio Grande, Rio Verde Grande, Rio Preto, Rio Pardo.
Ele é fundamental para o Nordeste semiárido.
De regime exorreico, pluvial, apresenta grande potencial hidrelétrico.
É uma das maiores bacias hidrográficas totalmente brasileiras, com uma extensão aproximada de 641.000 km².
A Transposição do Rio São Francisco é um empreendimento hídrico que tem como objetivo levar água para regiões semiáridas e secas do Nordeste brasileiro.
Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia
A Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia corresponde a 10,8% do território brasileiro, abrangendo seis estados: Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Distrito Federal. Na Região, estão presentes os biomas Floresta Amazônica, ao norte e noroeste, e Cerrado nas demais áreas. A precipitação média anual na região é bem menor do que a média nacional. Possui grande potencial turístico: pesca esportiva, turismo ecológico, praias fluviais, a maior ilha fluvial do mundo (Ilha do Bananal), o polo turístico de Belém, o Parque Estadual do Jalapão (TO) e o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO), reconhecido pelas belas cachoeiras.
Principais temas para a gestão das águas na RH Tocantins-Araguaia: saneamento ambiental, energia, navegação, turismo, irrigação e desmatamento. Fonte: IBGE
Maior bacia hidrográfica totalmente localizada em território brasileiro.
Os seus rios principais são os rios Tocantins e Araguaia, cujas águas são aproveitadas para a geração de energia elétrica, navegação, abastecimento da população e também para o desenvolvimento de atividades econômicas, como a agropecuária.
A Bacia Hidrográfica Tocantins-Araguaia é formada por diversos rios, e os principais que a compõe são:
Rio Tocantins, Rio Araguaia, Rio das Almas, Rio Formoso, Rio Garças, Rio Bagagem, Rio Tocantinzinho.
O Rio Tocantins é onde se localiza a Usina de Tucuruí, uma das maiores do Brasil.
Região Hidrográfica Uruguai
A Região Hidrográfica Uruguai ocupa cerca de 3% do território brasileiro, abrangendo porções dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A região possui atividades agroindustriais desenvolvidas e grande potencial hidrelétrico. O clima é temperado, com chuvas distribuídas ao longo de todo o ano, mas com maior concentração no inverno (maio a setembro).
Principais temas para a gestão das águas na RH Uruguai: aproveitamento hidroelétrico, irrigação saneamento ambiental e eventos críticos de cheias. Fonte IBGE
A bacia hidrográfica do Uruguai é composta pelo rio Uruguai e seus afluentes, como os rios Ijuí, Ibicuí, Quaraí, Arapey, Daymán, Negro, Miriñay e Gualeguaychú.
A bacia do Uruguai deságua no estuário do rio da Prata, fazendo parte da bacia homônima, a segunda maior da América do Sul.
A bacia do Uruguai faz parte da Bacia Platina, que também inclui os rios Paraná e Paraguai. A Bacia Platina é uma das maiores bacias hidrográficas do mundo e abrange os países Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai.
Escassez de Água no Brasil
O Brasil é um dos países mais ricos em água do planeta. Cerca de 12% da água doce superficial disponível na Terra está aqui. Essa água, porém, tem uma distribuição muito desigual. A região Norte, com 7% da população, possui 68% da água do Brasil; enquanto o Nordeste, com 29% da população, possui 3%; e o Sudeste, com 43% da população, conta com apenas 6%. Só a Amazônia tem 80% da água existente no país.
Além disso, o desmatamento e a poluição dos rios tornam essa situação ainda mais séria. Em consequência disso tudo, quase metade dos brasileiros (45%) não tem acesso a serviços de água tratada e 96 milhões de pessoas vivem sem esgoto sanitário.
Como se não bastassem esses problemas, os brasileiros ainda desperdiçam 40% da água tratada fornecida aos usuários. Cada pessoa necessita de 40 litros de água por dia, mas os brasileiros consomem 200 litros (e os norte-americanos, mais de 500).
Aquífero Guarani
É verdade que existe o Aquífero Guarani, um imenso depósito de água subterrânea que ocupa 1,2 milhão de quilômetros quadrados, dos quais 70% em território brasileiro. Mas estudos recentes mostraram que essa água nem sempre é boa para consumo doméstico e até mesmo para a agricultura pode ser inadequada. Além disso, o aquífero não é um depósito contínuo e a profundidade em que ele se encontra chega a mais de 1.000 metros em algumas regiões.
A agricultura é o setor que mais consome água no país, cerca de 60% do total. As residências respondem por 22% e as indústrias por 19% do consumo. A região semiárida do Nordeste brasileiro é a que mais sofre com a falta de água; e por isso estão sendo realizadas obras para levar parte das águas do Rio São Francisco para outros rios daquela região.
Especialistas dizem que, através de canais e com bombeamento, é possível levar água a 200 municípios e a 6,8 milhões de habitantes do Nordeste, além de reativar 2.100 quilômetros de rios secos e irrigar uma área de 300 mil hectares.
Esse projeto é tão ambicioso quanto polêmico. E não faltam especialistas contra sua execução, alegando que o Rio São Francisco não tem água suficiente para ceder a outros rios; que a tendência é ele ter cada vez menos água; que a água desviada irá favorecer principalmente projetos agrícolas e não as residências; que não se sabe o que acontecerá com os peixes, as aves e os microrganismos que vivem no São Francisco ou em suas margens etc. Mas o fato é que o projeto já está sendo executado.
Fonte: GOV.BR – SGB – Serviço Geológico do Brasil.
Usos da água
No Brasil, a água é utilizada principalmente para irrigação de lavouras, abastecimento público, atividades industriais, geração de energia, extração mineral, aquicultura, navegação, turismo e lazer. Cada uso depende e pode afetar condições específicas de quantidade e de qualidade das águas.
Os usos podem ser classificados em consuntivos (que retiram e consomem água, como o industrial) e não consuntivos (não consomem diretamente, mas dependem da manutenção de condições naturais ou de operação da infraestrutura hídrica, como o turismo e o lazer). Cerca de 93 trilhões de litros de água são retirados anualmente de fontes superficiais e subterrâneas para atender aos diversos usos consuntivos múltiplos e setoriais. A evaporação líquida, a irrigação, a termoeletricidade e algumas indústrias apresentam forte sazonalidade, ou seja, o consumo de água pode variar expressivamente dentre os meses de um mesmo ano. Fonte: ANA