Tipologia e gênero textual – Parte 2
ATENÇÃO: No final do vídeo coloquei várias questões para você praticar seus conhecimentos e entender como este assunto é pedido pelas bancas.
Caso preferir, no vídeo abaixo tem esta postagem em áudio e vídeo
Tipo de texto Descritivo (descrição)
Um texto em que se faz uma imagem escrita, dá detalhes de um ser, podendo ser uma pessoa, objeto, animal ou lugar. Conta uma história mais detalhadamente
Pode até descrever sensações ou sentimentos.
Ele sempre está acompanhado de outro tipo de texto.
Gêneros textuais descritivos:
É a descrição de uma pessoa, lugar ou objeto mostrando suas características, com o objetivo de transmitir para a pessoa com quem fala uma visualização que muitas vezes pode ver e sentir o que ele quer passar.
Ex.: Diário, classificados de jornais, estatuto, cardápios e currículo
Diário: Ele descreve o dia a dia de uma pessoa e seus sentimentos.
Currículo: Descreve todas as informações de uma pessoa.
Classificados de jornais e cardápios
Estatuto: Conjunto de normas jurídicas, acordadas pelos sócios ou fundadores, que regulamenta o funcionamento de órgãos colegiados, constituídos como entidade jurídica ou não, quer seja uma sociedade, uma associação ou uma fundação.
O Conto, novela e o romance apesar de serem considerados textos narrativos também pode ser classificados como descritivos, pois descrevem os ambientes, pessoas, objetos, animais e lugares.
Tipo de texto dissertativo (Dissertação)
Texto dissertativo Informativo/Expositivo: Informa algum assunto ao leitor;
Verbos no presente;
É explicar ou falar sobre um assunto. É um texto informativo. É narrativo e argumentativo.
Pode ser expositivo ou argumentativo
Dissertação expositiva (dissertativo expositivo)
Dissertativo Expositivo: Seu objetivo é expor e esclarecer uma ideia através de comparações e pontos de vista sem o objetivo de tentar convencer e sim de informar.
Expõe um assunto, fato ou acontecimento. Ele explica e analisa ideias.
Dissertação argumentativa (Dissertativo argumentativo)
Os textos argumentativos também expõem um assunto, fato ou acontecimento, mas seu objetivo principal é persuadir o leitor sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto. Ele se posiciona com argumentos.
Texto dissertativo-argumentativo: consiste na defesa de uma ideia por meio de argumentos, opinião e explicações fundamentadas. Este tipo de texto tem como objetivo central a formação de opinião do leitor.
Dissertativo argumentativo: Seu objetivo é defender um ponto de vista através da argumentação. Você introduz o assunto ou tema, desenvolve com seus motivos e depois conclui fechando a argumentação.
Ex.: Editorial, artigo de opinião, resenha crítica, manifesto e sermões
Gêneros textuais dissertativos
Publicidade: O texto publicitário é um gênero textual cuja finalidade é promover um produto ou uma ideia e estimular o interlocutor a consumi-lo de alguma forma, seja comercialmente, seja pelo engajamento ou pela mudança de comportamento. Tem interesse comercial. Seu objetivo é divulgar um produto para vendê-lo despertando o desejo de compra;
Propaganda: é um gênero textual dissertativo-expositivo onde há o intuito de propagar informações sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo. Seu objetivo é propagar uma ideia para influenciar atitudes através da persuasão e sensibilização; A propaganda, pode ser usado para vendas, mas seu uso é mais amplo e profundo, por isso, é muito usado em campanhas de orientação pública, campanhas políticas ou ONGs
Reportagem: É um texto informativo onde se expõe os fatos. Ela é uma dissertação expositiva.
Diferença entre notícia e reportagem: Apesar dos dois serem textos jornalísticos, a notícia é um texto informativo e impessoal, na qual não emite opinião e o autor não assina o texto e sim, só apresenta seu nome;
Já a reportagem é pessoal onde o repórter assina seu nome e normalmente emite uma opinião.
Resumo: Conta a essência de um texto, o que se julga mais importantes.
Resenha crítica: É também um resumo, só que tem também o ponto de vista do autor, ou seja, sua opinião sobre o assunto. Ela é uma dissertação argumentativa.
A principal característica deste gênero é o uso do tom crítico, ou seja, a capacidade de interpretar os pontos mais importantes de um texto (ou obra) e opinar a respeito, tendo como base textos e informações de outras fontes que possam complementar o argumento apresentado
Editorial: É um texto dissertativo argumentativo em que expressa a opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é convencer o leitor a concordar com ele.
Normalmente o editorial reflete não só a opinião e princípios do editor, mas também da empresa que ele trabalha.
Entrevista: Ele é um texto expositivo e é marcado pela conversa de um entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. Ela também tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse. Algumas revistas têm uma seção dedicada a esse gênero.
A entrevista trata-se de interação entre interlocutores com o objetivo de relatar experiências, conhecimentos e opiniões acerca de um determinado assunto de acordo com os questionamentos apresentados.(caiu em concurso – Ano: 2022 Banca: FEPESE Órgão: IGP-SC);
Tipo de texto explicativo
O texto Indica como realizar uma ação. Ele é claro e objetivo. Ele expressa uma ordem, por isso, utiliza-se o verbo no modo imperativo.
Os textos explicativos podem ser injuntivos ou prescritivos.
Os textos explicativos injuntivos possibilitam alguma liberdade de atuação ao leitor, enquanto os textos explicativos prescritivos exigem que o leitor proceda de uma determinada forma.
Injuntivo: Tem o objetivo de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa liberdade para quem recebe a informação.
Na tipologia textual, é também chamado de texto instrucional.
Ele indica ordem, persuasão, orientação.
Ex.: Bula de remédios, receitas de bolo e manuais de instrução
Prescritivo: Como o injuntivo, seu objetivo é instruir guiando a pessoa como deva proceder. Mas ele não dá nenhuma liberdade de ação à pessoa que recebe a informação, ela obriga, ou seja, ordena que deve ser cumprida a risca a determinação.
Ex.: Leis e editais de concursos
Gênero textuais explicativo:
Receitas, regulamentos, manuais e bilhete.
Receita: É um texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa liberdade para quem recebe a informação.
Coloquei abaixo um texto bem interessante que caiu em concurso que fala sobre a diferenciação de notícia e artigo de opinião:
Saber interpretar um texto, a partir do contexto de produção em que ele está inserido, é fundamental para a experiência cotidiana do leitor. A interpretação permite que saibamos diferenciar o conteúdo de uma notícia de jornal do de um artigo de opinião. Eles são gêneros textuais que nos propiciam a ter posturas diferentes quanto a suas leituras. Nesse ínterim, em teoria, no gênero textual notícia, não procuramos ler nas entrelinhas, pois as informações são factuais, não há linguagem subjetiva, não há duplo sentido. Já no gênero textual artigo de opinião é necessário saber ler nas entrelinhas, entender a linguagem subjetiva, entre outras estratégias de leitura que exigem posicionamento ativo na interpretação do que está escrito. Não podemos admitir que o teor de textos desse gênero seja formado de verdades absolutas. Devemos estar atentos para o contexto em que o artigo de opinião foi produzido, a fonte, as imagens (se houver), o autor e a data de publicação são, inicialmente, dados importantes para começarmos a leitura consciente de um artigo de opinião. (Texto desenvolvido especificamente para esta prova) (Ano: 2022 Banca: IBFC Órgão: MS Cargo: Tutor Médico);
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2022 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de Dourados – MS Cargo: Fiscal de Obras
Disciplina: Português Assunto: Reconhecimento de tipos e gêneros textuais
Sobre o conteúdo “Tipologia Textual”, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
I. Pode-se afirmar que existem quatro tipos textuais: narrativo, descritivo, dissertativo e explicativo.
II. Os textos dissertativos podem ser classificados em: dissertativos expositivos e dissertativos argumentativos.
III. Os textos explicativos podem ser classificados em: explicativos injuntivos e explicativos prescritivos.
A Apenas a afirmativa I está correta.
B Apenas a afirmativa II está correta.
C Apenas a afirmativa III está correta.
D As afirmativas I, II e III estão corretas.
QUESTÃO 2
Ano: 2022 Banca: FUMARC Órgão: TRT – 3ª Região (MG) Cargo: Técnico Judiciário
Disciplina: Português Assunto: Reconhecimento de tipos e gêneros textuais
“Superei um tabu”
O ator Lázaro Ramos, 43, conta como lutou para falar sobre paternidade de forma franca e aberta
Depoimento dado a Amanda Péchy
Quando soube que seria pai, aos 32 anos, fui racional. Dizia estar emocionado, mas, na verdade, a ficha só veio a cair no dia em que João nasceu. Aí, sim, aflorou um turbilhão de sentimentos misturados – medos, inseguranças, incertezas. No meio disso, senti um amor gigantesco por um desconhecido, como nunca antes. Me vi também isolado e perdido no novo papel. Cheguei a me afastar de amigos, uma vez que nossas realidades passaram a seguir cursos tão diferentes. Até com aqueles que eram pais, eu não conseguia conversar em profundidade. Era como uma espécie de tabu. Sou integrante de uma geração que começa a discutir a masculinidade e poderia estar mais maduro quando apareceram em minha vida o João, hoje com 11 anos, e a Maria, de 7. O fato é que essa ainda é uma trilha difícil, sobre a qual pesa um machismo, às vezes nas entrelinhas, que resiste ao tempo. Sensibilidade e cuidados, em pleno século XXI e com tantos avanços, parecem ainda não ser temas do universo masculino.
Acabou que minha profissão foi decisiva para trazer o assunto à tona, de forma franca e direta. Queria há tempos tratar do tema e aconteceu com o filme Papai É Pop, do do Caíto Ortiz, que recém estreou nos cinemas. Nunca havia lido o livro no qual se baseia o roteiro, obra que levanta uma ampla reflexão para nós, homens, sobre paternidade. Tinha um temor de repetir erros que observava em meu próprio pai, como não abraçar, beijar, não deixar os sentimentos à tona. Queria ser ativo, dar banho, trocar fralda, estar na área, mesmo que significasse uma reviravolta. Na geração dos meus pais, como diz o filme, mãe era peito e o progenitor, bolso. Aprendi que não precisa ser desse jeito, nem deve, e fui conquistando meu espaço, me entendendo nessa rotina. Uso a palavra conquistar porque, tanto eu como minha mulher (a atriz Taís Araújo), viemos de famílias de mulheres fortes. E nesse cenário fui demarcando o meu território.
Ter filhos muda a vida de qualquer casal, e conosco não foi diferente. Olhando sob a perspectiva de hoje, a criação deles nos aproximou porque fomos estabelecendo uma saudável divisão de funções e, por tabela, descobrimos algo essencial: nossos conceitos e valores nesse campo eram semelhantes. Foi uma revelação, já que, antes deles, não tínhamos ideia de como seríamos como pais. Selamos, logo de saída, acordos primordiais sobre o dia a dia – saúde, alimentação, educação –, sem discordâncias fundamentais no que importa. Claro que há momentos de tensão, mas temos conseguido contorná-los com boa dose de diálogo. Aprendo também com gente de quem, graças à paternidade, me aproximei nestes anos. Tenho vínculos com pais de amigos dos dois, mas a conversa se prolonga mais com as mães, e eu adoro isso.
Engraçado observar que a experiência que tive com cada um foi tão distinta. Com o João, assimilei tudo em tempo real, me transformando por força das circunstâncias. Quando Taís engravidou outra vez, pensei: “Ótimo, já sou perito”. Aí Maria nasceu, e fiquei perdido de novo. Ser pai de menina era um admirável mundo que se abria. Tinha medo de cometer um erro diante de um ser que, além de pequenino, era de outro sexo, um terreno ainda mais desconhecido. Na pandemia, com todos sob o mesmo teto, me vi tendo de lidar com meus demônios: impaciência e até falta de repertório para conversar com eles estavam no rol. Mas a convivência intensiva também foi boa, produtiva, e me fez melhor. Em Papai É Pop, identifico-me com meu personagem Tom porque vejo nele um genuíno desejo de ser bom pai e, ao mesmo tempo, aquele medo de não reunir qualidades suficientes. Ele consegue ser um espelho para vários homens. Assim como o personagem, hoje levo a paternidade com leveza, e falar sobre ela deixou de ser um tabu.
Fonte: Revista Veja, ed. 2805, ano 55, n. 35, p. 78, 07 set. 2022.
Sobre o gênero do texto, trata-se de
A um artigo de opinião.
B um editorial.
C um relato pessoal.
D um texto dissertativo-argumentativo.
E uma crônica.
QUESTÃO 3
Ano: 2022 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de Dourados – MS Cargo: Topógrafo
Disciplina: Português Assunto: Reconhecimento de tipos e gêneros textuais
Texto 02
Inspiração para seus sonhos.
Guarujá é docemente conhecida como a “Pérola do Atlântico”. Quem já visitou sabe o porquê. Praias paradisíacas, ecoturismo, pesca de aventura, aqui tem de tudo. E não é só à beira do mar que o Estado de São Paulo impressiona. Gastronomia, shoppings, cultura, trilhas, templos e museus também fazem bonito. (…)
(ABEAR- Associação Brasileira das Empresas Aéreas. Texto com modificações para este Concurso) Disponível em https://www.pressreader.com/brazil/hoteis/20220601
Quanto a tipologia textual do segundo texto “Inspiração para seus sonhos”, identifique a tipologia textual predominante.
I. Predominantemente descritiva.
II. Predominantemente narrativa.
III. Predominantemente dissertativa.
Estão corretas as afirmativas:
A I apenas.
B II apenas.
C III apenas.
D II e III apenas.
QUESTÃO 4
Ano: 2022 Banca: IBADE Órgão: INOVA CAPIXABA Cargo: Analista de Folha de Pagamento
Disciplina: Português Assunto: Reconhecimento de tipos e gêneros textuais
Leia o texto a seguir.
A ideia de uma ciência moderna desenvolvida a partir do século XVII esteve profundamente associada a dois pilares: a matematização e a experimentação. Entendemos que esses dois pilares estão estreitamente ligados à questão dos instrumentos: se por um lado é por meio destes que se permitiu observar a natureza e realizar os experimentos necessários, por outro, aperfeiçoou a exatidão das dimensões, das distâncias, e dos ângulos observados no mundo natural.
Essa mudança de paradigma científico foi denominada posteriormente pelos estudiosos das ciências (historiadores, filósofos e sociólogos, principalmente) de Revolução Científica.
Embora o entendimento de que a ciência era produzida pelos grandes gênios de forma individual e praticamente monástica já não encontre mais embasamentos na bibliografia contemporânea, ainda tal questão se apresenta com certa dificuldade. Ao considerar uma determinada Revolução, geralmente associamos personagens e muitas vezes instrumentos que demonstrem a especificidade daquela ruptura. Podemos tomar como exemplo a Primeira Revolução Industrial e sua associação à máquina a vapor e a James Watts.
Em relação à Revolução Científica do século XVII, alguns cientistas são comumente elencados como representativos desse período, dentre os quais, destacamos Johannes Kepler (1571 – 1630), Galileu Galilei (1564 – 1642) e Isaac Newton (1643 -1727). Esses três cientistas possuíam uma característica em comum: o uso, estudo ou desenvolvimento de um instrumento científico específico: o telescópio. Para o historiador das ciências italiano Paolo Rossi, o telescópio está no rol dos mais importantes instrumentos científicos desenvolvidos no século XVII, juntamente com o microscópio, o termômetro, o barômetro, a bomba pneumática e o relógio de precisão […].
DALL’OLIO, Rafael Luis dos Santos. O Telescópio e a Revolução Científica do século XVII. Khronos, Revista de História da Ciência, nº 13, p. 45-60, junho de 2022.
Disponível em: https://www.revistas.usp.br/khronos/article/view/198661 /185420. Acesso em: 15 set. 2022.
Em relação à tipologia textual desse excerto, pode-se afirmar que há o predomínio de passagens:
A narrativas.
B descritivas.
C poéticas.
D dissertativas.
E injuntivas.
QUESTÃO 5
Ano: 2022 Banca: IBADE Órgão: INOVA CAPIXABA Cargo: Assistente Social
Disciplina: Português Assunto: Reconhecimento de tipos e gêneros textuais
A ciência e a tecnologia
como estratégia de desenvolvimento
Um dos principais motores do avanço da ciência é a curiosidade humana, descompromissada de resultados concretos e livre de qualquer tipo de tutela ou orientação. A produção científica movida simplesmente por essa curiosidade tem sido capaz de abrir novas fronteiras do conhecimento, de nos tornar mais sábios e de, no longo prazo, gerar valor e mais qualidade de vida para o ser humano.
Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos permite analisar o mundo ao redor e ver além do que os olhos podem enxergar. O empreendimento científico e tecnológico do ser humano, ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui. Suas realizações estão presentes desde o domínio do fogo até as imensas potencialidades derivadas da moderna ciência da informação, passando pela domesticação dos animais, pelo surgimento da agricultura e indústria modernas e, é claro, destaco a melhora da qualidade de vida de toda a humanidade no último século.
Além da curiosidade humana, outro motor importantíssimo do avanço científico é a solução de problemas que afligem toda a humanidade. Viver mais tempo e com mais saúde, trabalhar menos e ter mais tempo disponível para o lazer, reduzir as distâncias que nos separam de outros seres humanos – seja por meio de mais canais de comunicação ou de melhores meios de transporte – são alguns dos desafios e aspirações humanas para os quais, durante séculos, a ciência e a tecnologia têm contribuído.
Uma pessoa nascida no final do século 18, muito provavelmente morreria antes de completar 40 anos de idade. Alguém nascido hoje num país desenvolvido deverá viver mais de 80 anos e, embora a desigualdade seja muita, mesmo nos países mais pobres da África subsaariana, a expectativa de vida, atualmente, é de mais de 50 anos. A ciência e a tecnologia são os fatores chave para explicar a redução da mortalidade por várias doenças, como as doenças infecciosas, por exemplo, e o consequente aumento da longevidade dos seres humanos.
Apesar dos seus feitos extraordinários, a ciência e, principalmente, os investimentos públicos em ciência e tecnologia parecem enfrentar uma crise de legitimação social no mundo todo. Recentemente, Tim Nichols, um reconhecido pesquisador norte-americano, chegou a anunciar a “morte da expertise”, título de seu livro sobre o conhecimento na sociedade atual. Fala-se muito disso com interesse no desenvolvimento de toda a humanidade. O que ele descreve no livro é uma descrença do cidadão comum no conhecimento técnico e científico e, mais do que isso, um certo orgulho da própria ignorância sobre vários temas complexos, especialmente sobre qualquer coisa relativa às políticas públicas. […]
[…] Para a revista Nature, portanto, os cientistas e as organizações científicas deveriam sair de suas bolhas, olhar com mais empenho para as oportunidades e os problemas sociais e procurar meios pelos quais a ciência possa ajudar a resolvê-los. A revista citou como exemplo o Projeto Genoma, cujos impactos positivos já foram fartamente documentados. Mesmo assim, a revista questiona até que ponto as descobertas do projeto – e os medicamentos e tratamentos médicos dali derivados – beneficiam toda a sociedade ou apenas alguns poucos que possuem renda suficiente para pagar por essas inovações.
[…]Nesta sociedade desigual, repleta de problemas, é preciso desenvolver e legitimar a atividade científica e tecnológica.
Portanto, a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é muito mais complexa do que a pergunta simplória sobre qual seria a utilidade prática da produção científica. Ela passa por uma série de questões, tais como de que forma a ciência e as novas tecnologias afetam a qualidade de vida das pessoas e como fazer com que seus efeitos sejam os melhores possíveis? Quais são as condições sociais que limitam ou impulsionam a atividade científica? Como ampliar o acesso da população aos benefícios gerados pelo conhecimento científico e tecnológico? Em que medida o progresso científico e tecnológico contribui para mitigar ou aprofundar as desigualdades socioeconômicas? Em face das novas tecnologias, cada vez mais capazes de substituir o ser humano nas suas atividades repetitivas, como será o trabalho no futuro? Essas são as questões cruciais para a ciência e a tecnologia nos dias de hoje.
Adaptado:
Publicado em 11/07/2019
– Última modificação em 23/12/2020
https://www.ipea.gov.br
De acordo com a tipologia textual, a intenção do autor foi:
A dissertar sobre a importância da ciência e da tecnologia para o desenvolvimento humano.
B relatar sobre os impactos positivos da ciência e da tecnologia na vida das pessoas.
C narrar os fatos sobre empreendimentos científicos e tecnológicos ao longo da história.
D descrever alguns resultados concretos de produção científica no atual século.
E informar um fato pontual sobre benefícios e desafios da pesquisa científica no mundo.
QUESTÃO 6
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: SEJUSP-MG Cargo: Agente de Segurança Penitenciário
Disciplina: Português Assunto: Reconhecimento de tipos e gêneros textuais
“A crise de criminalidade do Brasil é produto da impunidade. A impunidade, por sua vez, tem duas raízes. A primeira é a incapacidade do sistema de Justiça Criminal de impedir os crimes e identificar, prender e manter os criminosos depois que o crime foi cometido. A segunda raiz é uma legislação penal criada com base na ideologia do criminoso ‘vítima da sociedade’ e em algumas ideias absurdas, sem nenhum compromisso com a realidade”.
(Adaptado)
Esse texto deve ser classificado como
A descritivo cujo objeto é a situação criminal do país.
B narrativo a respeito da origem da crise de criminalidade.
C descritivo-narrativo com a mistura de passado e presente.
D expositivo, informando sobre nossa legislação penal.
E argumentativo, apontando causas do problema.
QUESTÃO 7
Ano: 2022 Banca: SELECON Órgão: Prefeitura de Cuiabá – MT Cargo: Técnico Administrativo
Disciplina: Português Assunto: Reconhecimento de tipos e gêneros textuais
Texto l
Apreensão de imigrantes brasileiros nos EUA volta
a crescer e supera 5.000 por mês
Inflação, falta de perspectivas e regras confusas estimulam imigração irregular, dizem especialistas
A cada dia de maio, em média, 165 brasileiros foram barrados ao tentar entrar nos EUA de modo irregular, via México, mantendo uma tendência de alta que ganha força desde março. O total de apreensões no mês passado, 5.118, foi quase o quádruplo do de março (1.346), mas abaixo dos 10.471 registrados em setembro do ano passado, segundo o CBP (Departamento de Controle de Fronteiras).
“A justificativa que a gente mais escuta nas entrevistas com imigrantes brasileiros que chegam aos EUA é a economia brasileira, devido à alta da inflação e à estagnação dos salários”, afirma Gabrielle Oliveira, professora na Universidade de Harvard e pesquisadora de imigração. “Muitos deles dizem não ver perspectiva de melhora no Brasil, independentemente de quem for eleito presidente em outubro.”
O aumento de brasileiros detidos é parte de um recorde de imigrantes que tentam entrar nos EUA. O total de barrados na fronteira tem ficado acima de 200 mil por mês desde março. Em maio, atingiu 239 mil, a maior cifra mensal já registrada – o dobro do que se via em 2021. Essa alta tem várias razões: se muitos países da América Latina enfrentam crises econômicas, os EUA têm vagas de trabalho sobrando; outro ponto é a percepção de que Joe Biden seria mais tolerante com a imigração do que Donald Trump. Para Oliveira, o caso divulgado na segunda (27), quando ao menos 51 pessoas, provavelmente imigrantes em situação irregular, foram encontradas mortas dentro e ao redor de um caminhão em San Antonio, no Texas, mostra que a fronteira continua bastante difícil de cruzar, mesmo sob comando democrata.
“Quanto mais vigiada estiver a fronteira, mais gente buscará esse tipo de entrada, superarriscada. As pessoas estão chegando [à fronteira] e sendo recusadas, o que aumenta o desespero para entrar. Veremos mais gente escondida em veículos, morrendo por desidratação e altas temperaturas”, diz a pesquisadora. Felipe Alexandre, advogado do escritório AG Immigration, por outro lado, afirma que as condições ficaram um pouco melhores sob o governo Biden. “Temos visto mudanças nos tribunais de imigração. Agora, os promotores têm mais poder para ajudar, como concordar em juízo com a defesa do imigrante [para que ele fique no país]. Antes, eles estavam com as mãos totalmente amarradas.”
O governo Trump, que fazia do combate à imigração irregular uma bandeira, criou medidas para dificultar a entrada de estrangeiros. Muitas delas seguem em vigor, como a Título 42, que permite a agentes barrar pedidos de asilo na fronteira e mandar os requerentes embora para esperar o resultado da solicitação em outro país, sob a justificativa de risco à saúde pública. A regra foi criada em meio à pandemia de Covid.
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/06/apreensao-deimigrantes-brasileiros-nos-eua-volta-a-crescer-e-supera-5000-por-mes.shtml. Acesso em 2 de julho de 2022. Adaptado.
O texto lido é um exemplo de:
A notícia
B reportagem
C editorial
D crônica
QUESTÃO 8
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: SSP-AM Cargo: Técnico de Nível Superior
Disciplina: Português Assunto: Reconhecimento de tipos e gêneros textuais
Os textos podem pertencer a diferentes tipos ou gêneros; a opção abaixo que mostra um texto predominantemente expositivo é
A “Depois desses dias na juventude, meu amigo desapareceu de minha vida e eu só tornei a encontrá-lo na semana passada, em um restaurante”.
B “Defendo a ideia de que as pessoas podem dizer tudo o que querem, e, quando isso trouxer qualquer prejuízo a alguém, que esse alguém as processe”.
C “O barco atracou ontem no Rio de Janeiro, com muitas turistas a bordo, o que certamente vai trazer a alegria para muitos comerciantes”.
D “O rio estava transbordando, em função das fortes chuvas, com as margens derrubadas pela força das águas e muitos detritos levados pela correnteza”.
E “O deputado fez o seu discurso, foi ovacionado, agradeceu os aplausos e dirigiu-se a seu gabinete”.
O texto refere-se às questões 9 e 10
A Terra é chata
Estou a fim de concordar com os terraplanistas. Mas, antes, meu cérebro terá de virar uma pizza
Um novo planeta foi descoberto por um satélite da Nasa. Fica na primeira galáxia à direita depois do Sol, a cem anos-luz daqui. É um pouquinho maior que a terra e, como se constatou, redondo, em forma de globo.
Também como a Terra, gira em torno de si mesmo e de uma estrela e é dilatado nos polos e achatado no Equador, ou vice-versa. Eles o estão chamando de TOI 700 d, sendo TOI a sigla em inglês para “Objeto de Interesse do tess”. tess é a nova sensação das varreduras espaciais: um satélite caça-planetas. Desde que entrou em ação, em 2018, já achou três.
Para descobrir um planeta, o tess passa 27 dias observando uma estrela, de olho em qualquer oscilação de seu brilho. O que, se acontecer, terá sido provocado pela passagem de um corpo celeste —um planeta— ao redor dela. A vida é meio parada no espaço, donde não há outras opções. Mas, para não restar dúvida, exige-se que tal oscilação se dê pelo menos três vezes. Cada operação congrega um batalhão de cientistas, quase todos nóbeis, fazendo cálculos fora do alcance da nossa aritmética escolar.
Pois é armado dessa aritmética de ábaco e de contar nos dedos que um grupo de novos pitecantropos afirma que a Terra é plana, não esférica. São os terraplanistas. Indiferentes a 2.500 anos de ensinamentos por gente como Pitágoras, Aristóteles, Copérnico, Kepler, Galileu, Newton e Einstein, seus argumentos são os de uma criança de babador. Para eles, a terra é chata e em forma de pizza, como se pode constatar, dizem, olhando pela janela do avião.
Os cientistas de toda parte e de todos os tempos nos menti ram. As estações espaciais que, lá de cima, nos veem redondos e esféricos, não existem. A nasa é um estúdio de efeitos especiais. A lua também é chata. Marte, Vênus, Júpiter, idem. Eles acreditam nisso.
Estou propenso a concordar. Mas, antes, meu cérebro também terá de virar uma pizza.
CASTRO, Ruy. A terra é chata. Folha de S.Paulo. São Paulo, 20 jan. 2020. Disponível em: < htt ps://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2020/01/a-terra-e-chata.shtml>. Acesso em: 8 fev. 2020.
O texto refere-se às questões 9 e 10
QUESTÃO 9
Ano: 2022 Banca: FCM Órgão: Prefeitura de Timóteo – MG Cargo: Professor II – Língua Portuguesa Disciplina: Português Assunto: Reconhecimento de tipos e gêneros textuais
Acerca de tipos e gêneros textuais, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma.
( ) O tipo textual predominante, no escrito de Castro, é argumentativo.
( ) O gênero textual, empregado por Castro, é artigo de opinião.
( ) O tipo textual predominante, no escrito de Castro, é narrativo.
( ) O gênero textual, empregado por Castro, é crônica.
De acordo com as afirmações, a sequência correta é
A V, V, F, F.
B F, F, V, V.
C F, V, V, F.
D V, F, F, V.
QUESTÃO 10
Ano: 2022 Banca: FCM Órgão: Prefeitura de Timóteo – MG Cargo: Professor II – Língua Portuguesa Disciplina: Português Assunto: Reconhecimento de tipos e gêneros textuais
A respeito de variação linguística, avalie o que se afirma.
I – Pelo gênero textual usado pelo autor e considerando a exposição de Marcos Bagno, na obra Nada na língua é por acaso, Castro usou predominantemente a norma culta.
II – Pelo gênero textual usado pelo autor e considerando a exposição de Marcos Bagno, na obra Nada na língua é por acaso, Castro usou predominantemente a norma popular.
III – Pelo gênero textual usado pelo autor e considerando a exposição de Marcos Bagno, na obra Nada na língua é por acaso, Castro usou predominantemente a norma-padrão.
IV – No segundo parágrafo, segundo período, na oração “Eles o estão chamando de TOI 700 d […]”, o uso do pronome oblíquo “o” expressa uma construção da norma culta, conforme a exposição de Marcos Bagno, na obra Nada na língua é por acaso.
V – No quinto parágrafo, primeiro período, a concordância nominal usada pelo autor, “Os cientistas […]”, ocorre na norma-padrão, mas não ocorre predominantemente na norma popular, na qual se flexiona somente o determinante: “Os cientista”.
Está correto apenas o que se afirma em
A I, III e IV.
B III e V.
C II, IV e V.
D II e V.
RESPOSTAS DAS QUESTÕES
RESPOSTA DA QUESTÃO 1 LETRA D
RESPOSTA DA QUESTÃO 2 LETRA C
RESPOSTA DA QUESTÃO 3 LETRA A
RESPOSTA DA QUESTÃO 4 LETRA D
RESPOSTA DA QUESTÃO 5 LETRA A
RESPOSTA DA QUESTÃO 6 LETRA E
RESPOSTA DA QUESTÃO 7 LETRA B
RESPOSTA DA QUESTÃO 8 LETRA C
RESPOSTA DA QUESTÃO 9 LETRA A
RESPOSTA DA QUESTÃO 10 LETRA B