A estilística é um recurso da linguística relacionado com o estilo da linguagem utilizada, tanto oral quanto escrita. É o estudo da variação da língua para atribuir às palavras e frases, sentidos emotivos e estéticos. A estilística trabalha com o contexto no qual as palavras se inserem para identificar os diversos sentidos. Através de recursos sintáticos, fonológicos e semânticos, os chamados recursos estilísticos, é possível ir além do significado literal das palavras, aumentando a emotividade da mensagem e sugestionando o interlocutor.
Figuras de linguagem
É comum distribuírem-se as figuras de linguagem em quatro categorias:
- Figuras de Palavras– quando empregamos um termo com sentido diferente do usual, do dicionarizado:
- Comparação: É uma atribuição de característica de um ser a outro em virtude de uma determinada semelhança.
- Metáfora: É o emprego de uma palavra com o significado de outra em vista de uma relação de semelhança
- Catacrese: É uma metáfora desgastada, tão usual que já não percebemos, ou seja, é o emprego de uma palavra no sentido figurado por falta de um termo próprio.
- Sinestesia: Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes.
- Metonímia: É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos que permite essa troca.
- Sinédoque: É uma figura de linguagem caracterizada pela substituição de um termo por outro, ocorrendo uma redução ou ampliação do sentido desse termo. Similar a metonímia.
- Perífrase (ou Antonomásia): É a designação de um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou.
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- Figuras Sintáticas ou de Construção– quando há repetições, omissões de termos, desvios em relação à concordância entre os termos da oração e a ordem em que estes termos aparecem na frase:
- Silepse: Ocorre quando a concordância é realizada com a ideia e não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse: gênero, número e pessoa.
- Elipse: Consiste na omissão de um termo que fica subentendido no contexto, identificado facilmente.
- Zeugma: Consiste na omissão de um termo já empregado anteriormente
- Assíndeto: Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas orações.
- Polissíndeto: É a repetição da conjunção entre as orações de um período ou entre os termos da oração.
- Anáfora: Consiste na repetição de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido, contribuindo para uma maior expressividade.
- Pleonasmo: Consiste na intensificação de um termo através da sua repetição, reforçando seu significado.
- Hipérbato: refere-se a uma inversão brusca da ordem dos termos de uma oração. Sendo uma figura de linguagem, atua como um recurso que aumenta a expressividade da mensagem, passível de ser utilizada na linguagem oral e escrita.
- Anacoluto; Consiste numa mudança repentina da construção sintática da frase.
- Anástrofe (ou inversão): É uma figura de linguagem, ou seja, um recurso utilizado na linguagem oral e escrita que aumenta a expressividade da mensagem.
- Sinquise: É um recurso que aumenta a expressividade e o teor artístico da mensagem. Refere-se a uma inversão desmesurada e violenta da ordem dos termos de uma oração, havendo uma total desconstrução da mesma.
- Polissíndeto: É uma figura de linguagem, ou seja, um recurso utilizado na linguagem oral e escrita que aumenta a expressividade da mensagem. O polissíndeto se refere ao uso excessivo e repetitivo de conjunções entre palavras e orações.
- Assíndeto: É uma figura de estilo que consiste na omissão das conjunções ou conectivos (em geral, conjunções copulativas), resultando no uso de orações justapostas ou orações coordenadas assindéticas, aquelas separadas por vírgulas.
- Epístrofe: É é uma figura de linguagem que consiste na repetição da mesma palavra ou expressões no final de cada oração ou verso.
- Anadiplose: Figura de linguagem que consiste na repetição de termos já dispostos num fim de frase, ou verso, no início de uma sentença seguinte
- Diácope: É repetição de uma palavra com intercalação de outra
- Epânodo: É a repetição, em separado, de palavras que anteriormente se encontravam juntas
- Epizeuxe: É a mais elementar das repetições. Consiste na repetição seguida de uma palavra, sem o uso da conjunção
- Antimetábole (ou Quiasmo): Consiste na inversão da ordem das palavras, em duas frases que se opõem.
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- Figuras de Pensamento – quando a palavra sofre uma alteração, um desvio intencional que se realiza na esfera do pensamento:
- Antítese: Consiste no uso de palavras de sentidos opostos.
- Paradoxo: Trata-se de figura de Linguagem ou figura de estilo que reúne ideias contraditórias dentro de um mesmo contexto
- Ironia: Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o contrário do que pensamos.
- Eufemismo: Consiste em suavizar palavras ou expressões que são desagradáveis.
- Gradação: É uma figura de linguagem, relacionada com a enumeração, onde são expostas determinadas ideias de forma crescente (em direção a um clímax) ou decrescente (anticlímax).
- Apóstrofe: É caracterizada pelas expressões que envolvem invocações, chamamentos e interpelações de um interlocutor (seres reais ou não)
- Litotes: É uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de pensamento. Ele é usado para abrandar uma expressão por meio da negação do contrário
- Alusão: Trata-se de uma espécie de intertexto, onde um texto se relaciona com o outro de forma explícita ou implícita.
- Prosopopeia (ou Personificação): Atribui características humanas a seres inanimados.
- Oximoro: Consiste em relacionar numa mesma expressão ou locução palavras que exprimem conceitos contrários. Trata-se duma figura da retórica clássica.Dependendo do contexto, um oximoro pode ser considerado um vício de linguagem
- Antanáclase: Figura de linguagem em que se repete a mesma palavra, porém com significados diferentes.
- Epanortose: Retórica Figura que consiste em emendar, por arrependimento fingido, a palavra ou frase já proferida, para dar mais força à expressão.
- Preterição: é uma figura de linguagem que consiste em se negar a mencionar determinado assunto sobre o qual se está falando indiretamente
- Clímax: A figura de estilo conhecida como clímax, ou gradação ascendente, consiste na enumeração de uma sequência de ideias em andamento crescente.
- Anticlímax: Um a gradação descendente, consiste na enumeração de uma sequência de ideias em andamento decrescente.
- Hipérbole: É um exagero intencional com a finalidade de tornar mais expressiva à ideia.
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- Figuras Fonéticas ou de Som – quando os sons se destacam expressivamente:
- Aliteração: Consiste na repetição de um determinado som consonantal no início ou interior das palavras.
- Assonância: A assonância é a figura de linguagem que consiste na repetição de sons vocálicos com a intenção de provocar um efeito de estilo. Essa repetição é feita maioritariamente na poesia, podendo aparecer também em pequenas frases na prosa.
- Paronomásia (ou paranomásia: É uma figura de linguagem caracterizada pela utilização de palavras parônimas, ou seja, palavras com significados diferentes que se escrevem e se pronunciam de forma parecida.
- Onomatopeia: Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz natural dos seres.
Vícios de linguagem:
Qualquer desvio das normas gramaticais pode ser considerado um vício de linguagem.
Ambiguidade é a qualidade ou estado do que é ambíguo, ou seja, aquilo que pode ter mais do que um sentido ou significado. Duplo sentido.
Barbarismo É o uso incorreto de palavras quanto à grafia, pronúncia ou flexão. Assim sendo, divide-se em:
- Prosódico: Erro quanto à pronúncia.
- Grafia: Erro quanto à ortografia.
- Morfológico: Erro quanto a flexão.
- Mórfico: Erro quanto a forma.
- Semântico: Erro quanto a significação.
Estrangeirismos: Uso desnecessário de palavras estrangeiras, devido a já existir palavras análogas no idioma.
Cacofonia: Caracterizado pelo encontro ou repetição de fonemas ou sílabas que produzem um som desagradável.
Constituem cacofonias: Eco, colisão e Parequema.
- Eco: Repetição desagradável de terminações iguais.
- Colisão: Consiste na aliteração (repetição de fonemas idênticos ou parecidos no início de várias palavras na mesma frase) de efeito acústico desagradável.
- Parequema: Constrói-se a partir do encontro de sílabas idênticas ou semelhantes entre o final de uma palavra e o início da subsequente.
Solecismo: É o desvio em relação à sintaxe. Pode ser:
- De concordância
– Haviam pessoas. (o certo seria havia)
- De regência
– Obedeça o chefe. (o certo seria ao chefe)
- De colocação
– Tinha ausentado-me.
Pleonasmo vicioso ou redundância: Consiste numa repetição desnecessária de um significado ou expressão em uma sentença.
Vulgarismo: É o uso linguístico popular em contraposição às normas cultas da linguagem. O vulgarismo pode ser fonético, morfológico e sintático.
Plebeísmo: É qualquer vocábulo, locução ou expressão típicos da fala popular ou dos registros distensos da fala culta que, embora tidos como grosseiros, não chegam a ser tabuísmos.
Prolixidade ou preciosismo: É o uso de uma linguagem exacerbada, para referir ideias normais, tornando o texto as vezes cansativo. Ou seja, é o uso excessivo de palavras para exprimir ideias simples. Ao texto prolixo falta objetividade, o qual quase sempre compromete a clareza e cansa o leitor. É chamado de ”falar difícil”.
Arcaísmo: É o uso de expressões antigas que estão em desuso.
Obscuridade: Trata-se da construção de frases de tal modo que o sentido se torne obscuro, embaraçado, ininteligível.
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Funções da linguagem
A multiplicidade da linguagem pode ser sintetizada em seis funções ou finalidades básicas. Veja a seguir:
Função Referencial ou Denotativa
Transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados concretos, fatos e circunstâncias. É a linguagem característica das notícias de jornal, do discurso científico e de qualquer exposição de conceitos. Coloca em evidência o referente, ou seja, o assunto ao qual a mensagem se refere.
Exemplo:
“Bancos terão novas regras para acesso de deficientes”. O Popular, 16 out. 2008.
Função Expressiva ou Emotiva
Reflete o estado de ânimo do emissor, os seus sentimentos e emoções. Um dos indicadores da função emotiva num texto é a presença de interjeições e de alguns sinais de pontuação, como as reticências e o ponto de exclamação.
Exemplos:
“Porém meus olhos não perguntam nada./ O homem atrás do bigode é sério, simples e forte./Quase não conversa./Tem poucos, raros amigos/o homem atrás dos óculos e do bigode.” (Poema de sete faces, Carlos Drummond de Andrade).
Função Apelativa ou Conativa
Seu objetivo é influenciar o receptor ou destinatário, com a intenção de convencê-lo de algo ou dar-lhe ordens. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. É a linguagem usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.
Exemplos:
Não perca a chance de ir ao cinema pagando menos!
Função Poética
É aquela que põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em como dizer do que com o que dizer. O escritor, por exemplo, procura fugir das formas habituais e expressão, buscando deixar mais bonito o seu texto, surpreender, fugir da lógica ou provocar um efeito humorístico. Embora seja própria da obra literária, a função poética não é exclusiva da poesia nem da literatura em geral, pois se encontra com frequência nas expressões cotidianas de valor metafórico e na publicidade.
Exemplos:
Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”, José de Paulo Paes faz uma combinação de palavras que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro, de acordo com o poeta.
Função Fática
Tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. É aplicada em situações em que o mais importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. Fática quer dizer “relativa ao fato”, ao que está ocorrendo. Aparece geralmente nas fórmulas de cumprimento: Como vai, tudo certo?; ou em expressões que confirmam que alguém está ouvindo ou está sendo ouvido: sim, claro, sem dúvida, entende?, não é mesmo? É a linguagem das falas telefônicas, saudações e similares.
Exemplo:
Quando estamos em um diálogo, por exemplo, e dizemos ao nosso receptor “Está entendendo?”, estamos utilizando este tipo de função ou quando atendemos o celular e dizemos “Oi” ou “Alô”.
Função Metalinguística
Esta função refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio código. É a poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. As gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem.
Exemplo:
“Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
OBS: Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O importante é saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo.
Fonte: Só Português, Brasil Escola, Infoescola, Norma Culta, Wikipédia e Significados