O Estado Getulista – Parte 1
Caso preferir, no vídeo abaixo tem esta postagem em áudio e vídeo
Revolução de 30
Revolução de 1930 foi o movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, que culminou com o golpe de Estado, também conhecido como Golpe de 1930, que depôs o presidente da República Washington Luís e impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e com a posse de Vargas em novembro de 1.930, definiu o fim da República Velha.
Com a crise internacional de 29, que foi chamada de A grande depressão, que abalou o mundo e em especial os Estados Unidos, ocasionando o colapso da economia capitalista global no século 20, inclusive a brasileira em suas exportações de café.
Esta crise mundial fez com que pela primeira vez na República Oligárquica, em seu final, houvesse uma disputa real entre SP e MG, rompendo a aliança conhecida como café com leite.
“Façamos a revolução antes que o povo a faça.” Esta frase, foi atribuída ao governador de Minas Gerais, Antônio Carlos de Andrada, da qual se extrai a ideologia política introduzida na Revolução de 1930, promovida pelos interesses das oligarquias dissidentes, aliadas ao tenentismo pela reforma do Estado. (Caiu em concurso – Ano: 2023 Banca: MPE-GO Órgão: MPE-GO);
A frase “Façamos a revolução antes que o povo a faça” expressa o medo das oligarquias dissidentes de que o povo, insatisfeito com a República Velha, pudesse se revoltar e tomar o poder. As oligarquias dissidentes, lideradas por Minas Gerais e Rio Grande do Sul, buscavam uma reforma do Estado que acabasse com o domínio das oligarquias cafeicultoras de São Paulo e Minas Gerais.
Tenentismo
O tenentismo, era um movimento político-militar que também criticava a República Velha. Os tenentes defendiam a modernização do Estado e a democratização do país. Este movimento se desenvolveu durante o período de 1920 a 1935, aproximadamente, sob a liderança dos “tenentes”, que na verdade nem todos eram tenentes, inclusive em sua maioria eram militares de baixa patente. Eles foram os principais responsáveis pelo colapso da Primeira República, que culminou com a Revolução de 1930.
Relembrando:
Nas eleições realizadas em 1º de março de 1930 disputaram a Presidência da República os candidatos Júlio Prestes e Getúlio Vargas, sendo esta eleição vencida por Júlio Prestes. Após a vitória de Júlio Prestes, a Aliança Liberal – formada pelos Estados Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba – questionou o resultado do pleito e alegou fraude eleitoral, irresignação esta que, somada ao assassinato do então Vice-Presidente da chapa de Getúlio Vargas, o então Presidente da Paraíba João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, resultou em ações militares em vários pontos do país e com a tomada a força do poder por oficiais generais, que em seguida instalaram uma Junta Provisória do governo, composta por 3 militares, que decidiu transmitir o poder a Getúlio Vargas. (caiu em concurso – Ano: 2022 Banca: MPE-GO Órgão: MPE-GO)
1.930 a 1937 – Segunda República
A Era Vargas teve 3 subdivisões:
1.930 a 1.934 – Governo Provisório
Getúlio Vargas assumiu a chefia do “Governo Provisório” em 3 de novembro de 1930, data que marca o fim da República Velha no Brasil.
A Constituição de 1.891 foi revogada;
Apesar de Vargas falar sobre uma assembleia constituinte para fazer uma nova constituição, ele queria mesmo era a centralização de poder e que era apoiado pelos tenentistas. Ele temia que as oligarquias dominantes recuperassem o poder se tivesse uma nova eleição. Ele tomou várias medidas centralizadoras como por exemplos a dissolução do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas estaduais e municipais e a substituição dos governadores de Estado por interventores nomeados pelo próprio Vargas.
Integralismo x Aliancismo:
Nos anos de 1930, a polarização ideológica que opunha os nazifascistas aos comunistas, na Europa, chegou ao Brasil e, entre nós, deu origem a duas agremiações políticas rivais: o integralismo e o aliancismo;
Ação Integralista Brasileira (AIB): Partido da direita. Fundado em 1.932 inspirado no fascismo italiano. Os principais integralistas foram Plínio Salgado (fundador), Gustavo Barroso e Miguel Reale. Movimento político brasileiro anticomunista, nacionalista, autoritário, tradicionalista e fundado em preceitos religiosos, onde o interesse do Estado prevalece em relação ao indivíduo através da coerção. O lema do Integralismo “Deus, pátria e família” serve como ponto de partida para se entender as propostas do movimento que ficou conhecido como o fascismo brasileiro.
Aliança Nacional Libertadora (ANL): Fundada em 1.935. Presidente de honra Luís Carlos Prestes, partido de esquerda, que era antifascista, anti-imperialista e antilatifundiária, organizando-se em frente ampla e popular. Eles defendiam o não pagamento da dívida externa; a nacionalização das empresas estrangeiras; a reforma agrária; a liberdade de expressão e pensamento; e o atendimento às demandas dos trabalhadores.
Com Vargas no poder tomou força o assunto sobre a industrialização e com ele começou o desenvolvimento industrial brasileiro.
1.931 – Como o comércio do café estava em declínio, Vargas para satisfazer as oligarquias e também ativar o processo de industrialização do Brasil, ele compra todo o café produzido e manda queimar, em uma tentativa de elevar o preço do café no mercado internacional, pois o preço estava muito baixo. Podemos dizer que foi a partir daqui que houve uma transição de um Brasil agrário para um Brasil urbano e industrializado.
Durante o governo provisório de Getúlio Vargas ele ficou conhecido como o “pai dos pobres” porque ele começou a dar direitos trabalhistas para os empregados da época.
Revolução constitucionalista de 1.932
1.932 – Os Paulistas se sentiam prejudicados por Vargas, então em 1.932 é lançado em São Paulo a Revolução Constitucionalista de 1.932, também é conhecida como a Revolução de 32.
Para conter a insatisfação dos constitucionalistas, foi promulgado um novo Código Eleitoral em 1932 e convocação de eleição para formação de uma Assembleia Constituinte para 1933. Os estudantes de direito e a polícia militar de São Paulo começaram a revolução dentro do estado que exigia que Getúlio Vargas estabelecesse uma nova Constituição. Durante uma manifestação 4 estudantes foram mortos, originado a sigla MMDC, que era as iniciais deles, Martins, Miragraia, Drauzio e Camargo que se tornaram um grande marco da Revolução constitucionalista.
Mesmo depois da promessa de Vargas de convocar uma eleição para formar uma Assembleia Constituinte, os paulistas continuavam insatisfeitos e gerando um desejo separatista que gerou uma guerra civil que durou 2 meses. Depois de sufocada a revolução, Vargas garantiu que realizaria uma eleição em 1.933 para uma assembleia constituinte.
No próximo vídeo começarei falando sobre a 3ª Constituição de 1934 (Segunda República)
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